Análise: altos e baixos no Paulista deixam lições ao Guarani para ...

O resultado foi insuficiente para colocar o Bugre entre os classificados. E seria mesmo em caso de vitória porque Santos e Bragantino derrotaram seus adversários e ficaram com os dois primeiros lugares do Grupo B.

A campanha do Guarani foi de oscilações. A equipe de Maurício Souza vendeu caro os pontos perdidos para São Paulo e Mirassol, convenceu contra Noroeste e Água Santa, mas deixou diferentes impressões ao longo de toda campanha no estadual.

Contra o Corinthians foi exatamente assim. Diante de um adversário já classificado e com muitos reservas em campo, o Bugre conseguiu fazer frente em muitos momentos e acabou vendo o empate como um resultado justo.

O Timão explorou uma das principais fragilidades do Guarani ao longo da temporada: a falta de cobertura nas laterais e marcou duas vezes com Angel Romero, mas viu o Alviverde reagir e conseguir dois bonitos gols na Arena com Rafael Bilu e João Marcelo.

O estadual foi encerrado para o time campineiro com o primeiro objetivo executado com êxito, pois o rebaixamento não foi um risco em nenhum momento da competição, mas com um gosto de "faltou mais" para se colocar definitivamente na briga pela classificação.

É fato que o Guarani, apesar do rebaixamento recente na Série B, tenta se organizar fora de campo. Paga em dia, está melhorando a estrutura interna do Brinco de Ouro e quer, já há alguns anos, corresponder dentro de campo sem tanta irregularidade.

Acontece que um clube neste cenário, sem orçamento alto como de outros concorrentes, não tem espaço mínimo para erros na competição. Isso começa na montagem do elenco, passa pelas decisões da comissão no dia a dia e, também, pela concentração. Uma perda de foco em algumas rodadas no Paulistão, como foi contra o Velo Clube, pode custar muito caro.

Agora é preciso entender que a Série C também vai exigir. O Paulistão serve como aprendizado para "criar raízes" antes de enfrentar uma competição pouco glamorosa, mas igualmente difícil. Se trabalhar direito nos bastidores, principalmente na montagem do elenco, o Guarani aumenta suas chances para perseguir a grande meta deste ano: voltar à Série B.

Para ir além na Série C, o Guarani precisa aprender com os próprios erros apresentados no Paulista, como:

• A irregularidade se justificou em muitos momentos por condições físicas, elenco curto e plantel em reconstrução. Foi um erro trocar tantas vezes de técnico no ano passado e todos com um perfil diferente do outro. Agora, é fundamental que o trabalho na temporada tenha começo, meio e fim, sem julgamentos precipitados.
• Sobre elenco, fica a lição de que os jovens são úteis (Lucas Justen, Luiz Miguel e João Victor), mas desde que existam referências dentro do elenco. Isaque e Alan Santos (que não estreou) fizeram falta na execução deste papel. É preciso pinçar bons jogadores no mercado, mas que também tenham papel importante de liderança no vestiário.
• Lugar para base: Guarani nunca conseguiu ter sucesso sem molecada no elenco. João Marcelo assumiu o protagonismo do ataque em muitos momentos, enquanto Yan, Cauê e Titi também foram utilizados por Maurício. Podem ser úteis e evitar gastos desnecessários com reservas que pouco acrescentaram.

A Série C começa em abril, mas a construção para um desempenho regular começa agora.