Atlético-MG encaminha acerto com Cuca

Antes, o Atlético negociou com o técnico português Luís Castro, mas as partes não chegaram a um acordo e encerraram as tratativas.

O clube também consultou o staff de Antório Oliveira, ex-técnico do Corinthians, mas não houve avanço. Pedro Caixinha, que estava no Bragantino e quase assinou com o Grêmio, foi outro profissional mapeado, mas acabou fechando com o Santos. Tite também foi consultado.

Cuca sempre esteve no radar do Atlético, mas as partes negavam um contato até esta semana, quando as conversas avançaram. O técnico estava livre no mercado desde a passagem pelo Athletico-PR, encerrada em junho deste ano.

Ele dirigiu o time de Curitiba em 23 jogos, com aproveitamento de 66% dos pontos disputados e conquistou o título do Campeonato Paranaense. No Athletico-PR, Cuca somou 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas.

Por muitos torcedores, Cuca é considerado o maior treinador da história do Atlético. Caso a negociação se concretize, será sua quarta passagem pelo clube.

A primeira delas começou no segundo semestre de 2011, resultando em dois títulos do Campeonato Mineiro (2012 e 2013) e na histórica conquista da Libertadores de 2013.

Em 2021, ele voltou para substituir o argentino Jorge Sampaoli. O treinador conquistou mais um Campeonato Mineiro e ainda venceu o Brasileirão e a Copa do Brasil. Em dezembro daquele ano, Cuca pediu demissão, surpreendendo diretoria e torcedores

Cuca retornou em julho do ano seguinte, contratado para o lugar de Antonio Mohamed, treinador argentino que chegara para substituí-lo. Desta vez, o trabalho não vingou, e o técnico deixou o clube no fim da temporada.

Somando as três passagens de Cuca pelo Atlético (2012/13, 2021 e 2022), foram 244 jogos, 134 vitórias, 55 empates e 55 derrotas, aproveitamento de 62,4%.

Em 2023, Cuca deixou o Corinthians depois de apenas dois jogos, citando pressão da torcida. Ele foi alvo de protestos de parte dos torcedores do Timão, que não aceitaram a contratação de um então condenado por estupro em 1989, na Suíça. A diretoria dizia acreditar na inocência do treinador, que assim sempre se declarou.

A decisão do Tribunal – que não entrou no mérito da questão, portanto não inocentou Cuca – concordou com o argumento apresentado pela defesa do ex-jogador. Ela defendia a anulação alegando que o julgamento de 1989 se deu à revelia, sem que o réu estivesse presente e sem que seus advogados pudessem defendê-lo.

– Hoje eu entendo que deveria ter tratado desse assunto antes. Estou aliviado com o resultado e convicto de que os últimos oito meses, mesmo tendo sido emocionalmente difíceis, aconteceram no tempo certo e de Deus – declarou Cuca, por meio de uma nota distribuída por sua assessoria.

O caso teve início em 1987, quando o Grêmio fazia excursão pela Europa. Cuca e outros três atletas foram detidos com a alegação de terem tido relações sexuais com a garota sem consentimento.

Segundo a investigação da polícia local, a jovem se dirigiu com amigos ao quarto dos jogadores do Grêmio. Os atletas, então, a puxaram para dentro e a abusaram.

Os quatro ficaram cerca de um mês presos antes de voltarem ao Brasil. O julgamento aconteceu só dois anos depois. Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão por atentado ao pudor com uso de violência. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. Cuca sempre negou a acusação.